É... chegamos ao final da primeira parte da nossa turnê independente pelo Brasil... já se ouve em uníssono um "aaaahhhh q penaaaaa". Mas calma... o périplo de divulgação através de nossas andanças só está começando! Atacar o nordeste de uma vez só numa pequena tour de 18 dias foi muito gratificante e os frutos disso já começam a ser colhidos.
Mas calma... deixemos o tom de despedida pra depois...
ainda preciso contar pra vcs como foram os shows em Maceió, Salvador e Jequié.
Vamos lá...
Ficamos em Recife por 4 dias, então, pra conter gastos com táxi, ônibus e tudo mais, resolvemos alugar um carro que só devolvemos em Maceió. A estrada não era das melhores. Buraco demais pra estrada de menos. Isso é Brasil! Maldito seja JK que achou q modernidade era construir estradas em detrimento das ferrovias. A sorte era q no final dessa estrada havia uma cidade linda chamada Maceió. Pequena, organizada e muito bela. Valeu a pena.
Chegando na cidade o roteiro foi: check-in no hotel, mc donald's (a gente precisava comer rápido), banho e passagem de som no SESC Alagoas (centro).
Esse, como boa parte dos SESCs de São Paulo, era muito bem organizado e com uma estrutura massa. Dividimos o palco com a banda local Oficina 137.
Além do público presente no teatro Jofre Soares trazido através de notas em jornais e sites locais, estava presente alí tb a TV Assembléia q gravou o show na íntegra e
que logo estará na grade de programação da emissora.
Depois do show: pizza e suco de cajá à beira mar. "Ô saudade da cadeia!"
Dia seguinte, acordar e ir visitar as maravilhosas praias da capital alagoana?! Nada disso... levantamos cedo. Café da manhã, devolver carro na locadora e rodoviária rumo a Salvador. A possível mamata foi substituída por uma viagem q durou o dia todo. O q salvou foi a paisagem. Ah... como é bom poder ver o mar. Se o Maluf conseguir fazer um aqui em São Paulo eu até voto nele! rs.
Enfim em Salvador. Já era noite e a barriga vazia dos cinco andarilhos já soava acordes de fome. Larga tudo no hotel e bora comer alguma coisa.
É nessas horas q a gente só come porcaria.
Mas o açaí salvou bem a bronca... hotel, sono e praia no dia seguinte.
A passagem de som no Pelourinho era só depois do almoço, então deixou a manhã livre pra gente conhecer a praia do Farol da Barra. Mais uma vez: "Ô saudade da cadeia!". A vida de músico independente no Brasil não é fácil, mas tem dessas coisas: um merecido mergulho no mar de águas transparentes.
Depois do almoço o bodinho e então: Pelourinho. Centro histórico da capital baiana q contrasta belezas arquitetônicas e violência. Nosso palco já estava pronto. Foi carregar instrumentos e equipamentos pelas ruas de calçamen
to pé-de-moleque e montar tudo em cima do palco pra passagem de som. Receptividade 100% por parte da organização e grande e fundamental ajuda de Vince de Mira - vocal da banda baiana Lampirônicos - na produção dessa apresentação em um dos palcos montados no Pelourinho.
A vibe foi sensacional. Curiosos, interessados, soteropolitanos e gringos desenhavam a platéia animada na noite quente de sexta (0
5/setembro).
O palco, onde também é realizado os ensaios do
Olodum, ficou pequeno diante de uma platéia tão calorosa. Nossa passagem por Salvador começou a fechar com chave de ouro a fase nordeste da turnê brasileira.
No fim do show o cansaço era visível. Corpo e mente abalados por um longo trajeto percorrido entre Fortaleza e
Salvador passando pelas principais capitais nordestinas das quais também deixarão saudade: Natal, Recife e Maceió.
Dia seguinte logo cedo nosso roteiro: Café da manhã e rodoviária. O destino: Jequié. Cidade interiorana no sul da Bahia.
Cinco horas de viagem em uma das piores empresas de transporte já vistas durante toda a turnê: VIAÇÃO CAMURUJIPE. Ônibus sem ar-condicionado que mais parecida busão municipal, já q parava em tudo quanto era ponto pegando passageiros e vendedores ambulantes q "invadiam" o ônibus de hora em hora. Ah... fora a cobrança por excesso de bagagem: "É só pagar 10 reais q tá tudo liberado" dizia o responsável no embarque em Salvador. A resposta à nossa reclamação, já q não fomos avisados na hora da compra da passagem e nem havia nada escrito no bilhete foi um "aqui na Bahia é assim!". Pois bem... q assim seja! Aqui fica registrado nossa indignação à essa empresa q, com certeza, envergonha a Bahia.
Chegando em Jequié fomos recebidos pela encantadora e falante Tia Céu (produtora local) q nos levou pra uma rápida entrevista na Rádio 95 FM. A entrevista na íntegra:
Fechando a tour nordeste, o show em Jequié no Tenis Clube teve a produção da Officina de Eventos juntamente com Tia Céu. Produção de responsa q proporcionou um palco muito bem estruturado e divulgação excepcional.
Em todo show, antes de entrar no palco, a gente se reúne num único abraço trocando algumas palavras como num time antes de entrar em campo. Em Jequié, por ser o derradeiro antes de voltar pra São Paulo, o feeling foi diferente. Estávamos mais coesos, mais próximos, mais seguros e harmônicos. O show não poderia ter sido melhor. O espaço era grande e as quase 500 pessoas pareciam ter volume menor de cima de um palco com mais de 2 metros de altura. Na saída pro backstage, muitos elogios e recomendações por parte da organização e das outras duas bandas presentes: Shau e Mandacaroots. Aqui um vídeo q achei no YouTube de alguém q gravou um trechinho do show:
Domingo (07 de setembro), dia de preparar a volta pra São Paulo. Socar a roupa na mala, organizar os instrumentos e descansar. Tempo também pra lembrar de tudo o q rolou nos 17 dias de turnê. Separar todas as fotos num DVD e fazer cópia pra todo mundo. Refletir sobre o q fizemos e pensar nos próximos passos.
Não foi fácil e nem barato. Completamente independente o Dilei gravou um disco em Fortaleza há pouco mais de 3 anos, se mudou pra São Paulo, estruturou outra formação e saiu em turnê de volta ao cenário inicial. Pegamos a estrada sem incentivo de nenhum órgão governamental nem instituição privada. Com o dinheiro de projetos paralelos, investimos nessa tour, q acredito eu, ser o primeiro grande momento de propagação do som do Dilei de muitos q ainda virão. Com a produção do próprio Rapha Evangelista e com o apoio de Tiago Barizon, a turnê foi um sucesso. Todo o planejamento foi cumprido e executado da melhor forma e 100% INDEPENDENTE.
Mas olha... a tour ainda não acabou! Esse blog continuará funcionando. Outros shows pelo Brasil virão. Os próximos serão em Minas Gerais e depois atacaremos São Paulo e a região sul do país.
Provavelmente alguém ainda escreva suas impressões sobre a tour nordeste aqui. Portanto, não se desligue. Continue com a gente olhando o mundo com os pés.
Inté.
Beijos e abraços.
Fabio Massa.