terça-feira, 9 de setembro de 2008

Fim do começo.

É... chegamos ao final da primeira parte da nossa turnê independente pelo Brasil... já se ouve em uníssono um "aaaahhhh q penaaaaa". Mas calma... o périplo de divulgação através de nossas andanças só está começando! Atacar o nordeste de uma vez só numa pequena tour de 18 dias foi muito gratificante e os frutos disso já começam a ser colhidos.

Mas calma... deixemos o tom de despedida pra depois...
ainda preciso contar pra vcs como foram os shows em Maceió, Salvador e Jequié.

Vamos lá...
Ficamos em Recife por 4 dias, então, pra conter gastos com táxi, ônibus e tudo mais, resolvemos alugar um carro que só devolvemos em Maceió. A estrada não era das melhores. Buraco demais pra estrada de menos. Isso é Brasil! Maldito seja JK que achou q modernidade era construir estradas em detrimento das ferrovias. A sorte era q no final dessa estrada havia uma cidade linda chamada Maceió. Pequena, organizada e muito bela. Valeu a pena.

Chegando na cidade o roteiro foi: check-in no hotel, mc donald's (a gente precisava comer rápido), banho e passagem de som no SESC Alagoas (centro).

 Esse, como boa parte dos SESCs de São Paulo, era muito bem organizado e com uma estrutura massa. Dividimos o palco com a banda local Oficina 137

Além do público presente no teatro Jofre Soares trazido através de notas em jornais e sites locais, estava presente alí tb a TV Assembléia q gravou o show na íntegra e
 que logo estará na grade de programação da emissora.

Depois do show: pizza e suco de cajá à beira mar. "Ô saudade da cadeia!"

Dia seguinte, acordar e ir visitar as maravilhosas praias da capital alagoana?! Nada disso... levantamos cedo. Café da manhã, devolver carro na locadora e rodoviária rumo a Salvador. A possível mamata foi substituída por uma viagem q durou o dia todo. O q salvou foi a paisagem. Ah... como é bom poder ver o mar. Se o Maluf conseguir fazer um aqui em São Paulo eu até voto nele! rs.

Enfim em Salvador. Já era noite e a barriga vazia dos cinco andarilhos já soava acordes de fome. Larga tudo no hotel e bora comer alguma coisa. 
É nessas horas q a gente só come porcaria. 
Mas o açaí salvou bem a bronca... hotel, sono e praia no dia seguinte. 

A passagem de som no Pelourinho era só depois do almoço, então deixou a manhã livre pra gente conhecer a praia do Farol da Barra. Mais uma vez: "Ô saudade da cadeia!". A vida de músico independente no Brasil não é fácil, mas tem dessas coisas: um merecido mergulho no mar de águas transparentes.

Depois do almoço o bodinho e então: Pelourinho. Centro histórico da capital baiana q contrasta belezas arquitetônicas e violência. Nosso palco já estava pronto. Foi carregar instrumentos e equipamentos pelas ruas de calçamen
to pé-de-moleque e montar tudo em cima do palco pra passagem de som. Receptividade 100% por parte da organização e grande e fundamental ajuda de Vince de Mira - vocal da banda baiana Lampirônicos - na produção dessa apresentação em um dos palcos montados no Pelourinho. 

A vibe foi sensacional. Curiosos, interessados, soteropolitanos e gringos desenhavam a platéia animada na noite quente de sexta (0
5/setembro). 

O palco, onde também é realizado os ensaios do 
Olodum, ficou pequeno diante de uma platéia tão calorosa. Nossa passagem por Salvador começou a fechar com chave de ouro a fase nordeste da turnê brasileira.

No fim do show o cansaço era visível. Corpo e mente abalados por um longo trajeto percorrido entre Fortaleza e 
Salvador passando pelas principais capitais nordestinas das quais também deixarão saudade: Natal, Recife e Maceió. 

Dia seguinte logo cedo nosso roteiro: Café da manhã e rodoviária. O destino: Jequié. Cidade interiorana no sul da Bahia.

Cinco horas de viagem em uma das piores empresas de transporte já vistas durante toda a turnê: VIAÇÃO CAMURUJIPE. Ônibus sem ar-condicionado que mais parecida busão municipal, já q parava em tudo quanto era ponto pegando passageiros e vendedores ambulantes q "invadiam" o ônibus de hora em hora. Ah... fora a cobrança por excesso de bagagem: "É só pagar 10 reais q tá tudo liberado" dizia o responsável no embarque em Salvador. A resposta à nossa reclamação, já q não fomos avisados na hora da compra da passagem e nem havia nada escrito no bilhete foi um "aqui na Bahia é assim!". Pois bem... q assim seja! Aqui fica registrado nossa indignação à essa empresa q, com certeza, envergonha a Bahia.

Chegando em Jequié fomos recebidos pela encantadora e falante Tia Céu (produtora local) q nos levou pra uma rápida entrevista na Rádio 95 FM. A entrevista na íntegra: 




Fechando a tour nordeste, o show em Jequié no Tenis Clube teve a produção da Officina de Eventos juntamente com Tia Céu. Produção de responsa q proporcionou um palco muito bem estruturado e divulgação excepcional.

Em todo show, antes de entrar no palco, a gente se reúne num único abraço trocando algumas palavras como num time antes de entrar em campo. Em Jequié, por ser o derradeiro antes de voltar pra São Paulo, o feeling foi diferente. Estávamos mais coesos, mais próximos, mais seguros e harmônicos. O show não poderia ter sido melhor. O espaço era grande e as quase 500 pessoas pareciam ter volume menor de cima de um palco com mais de 2 metros de altura. Na saída pro backstage, muitos elogios e recomendações por parte da organização e das outras duas bandas presentes: Shau e Mandacaroots. Aqui um vídeo q achei no YouTube de alguém q gravou um trechinho do show:



Domingo (07 de setembro), dia de preparar a volta pra São Paulo. Socar a roupa na mala, organizar os instrumentos e descansar. Tempo também pra lembrar de tudo o q rolou nos 17 dias de turnê. Separar todas as fotos num DVD e fazer cópia pra todo mundo. Refletir sobre o q fizemos e pensar nos próximos passos.

Não foi fácil e nem barato. Completamente independente o Dilei gravou um disco em Fortaleza há pouco mais de 3 anos, se mudou pra São Paulo, estruturou outra formação e saiu em turnê de volta ao cenário inicial. Pegamos a estrada sem incentivo de nenhum órgão governamental nem instituição privada. Com o dinheiro de projetos paralelos, investimos nessa tour, q acredito eu, ser o primeiro grande momento de propagação do som do Dilei de muitos q ainda virão. Com a produção do próprio Rapha Evangelista e com o apoio de Tiago Barizon, a turnê foi um sucesso. Todo o planejamento foi cumprido e executado da melhor forma e 100% INDEPENDENTE.

Mas olha... a tour ainda não acabou! Esse blog continuará funcionando. Outros shows pelo Brasil virão. Os próximos serão em Minas Gerais e depois atacaremos São Paulo e a região sul do país.
Provavelmente alguém ainda escreva suas impressões sobre a tour nordeste aqui. Portanto, não se desligue. Continue com a gente olhando o mundo com os pés.

Inté.
Beijos e abraços.
Fabio Massa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Burburinho Pub...Show?


Segundo show em Recife, Burburinho Pub, uma das mais populares, senão a mais popular casa da cena rock independente da cidade. Localizada no centro histórico da capital pernambucana, bem próxima ao Pátio São Pedro, arrodeada de belos casarões e prédios "tombando" pelo tempo. Ou seja, a bela paisagem urbana é ofuscada pelo descaso e falta de atenção dos supostos responsáveis. 

A passagem de som foi combinada para as 21hrs, e la estavamos neste horário. Ficamos um pouco espantados com a relação de proporção entre o nome criado para o lugar, e o próprio. Isto é, chegamos e nos deparamos com um pequeno bar portador de um palco menor ainda. Muitas fotos de deuses do Blues e Soul music embelezavam as paredes carentes de uma pintura nova. O mais espantador vem pelos olhos de Rapha. Brilhavam muito entusiasmados pois na verdade o palco onde seria o show era no andar superior. Pronto, proporções re-feitas e compreendidas.

Um belo palco, com estrutura de luz e som aparentemente boas era recepcionado por um andar amplo e coroado por grandes janelas e um boneco de Olinda como guardião. No entanto, como nem tudo é perfeito...faltava um amplificador de guitarra para nosso anfitrião local, Severis. Em poucos minutos surge o desejado aparelho. Problemas sanados? Definitivamente não. O amplificador não funcionava. Uma rapida solução foi dada: fones de ouvido e instrumentos do guitarrista plugados diretamente na mesa de som. Moral da história: uma banda ensaiada vale por duas. Ou seja, ninguém ouvia Rodrigo Severis, nem mesmo ele. Mas, como ja apresentado na moral dos fatos, o show correu bem, neste ponto de vista! A banda estava coesa e a massa sonora fez as janelas tremerem.

Entretanto...nossos problemas não acabaram por aí, pelo menos indiretamente não. Fomos premiados por um contraste frustrante: uma casa de renome e estrutura muito boa para receber público e bandas conta com o "apoio" de uma equipe de som mais perdida do que "cego em tiroteio". Explico. O pouco conhecimento sobre a tarefa a qual deveriam executar deixou profissionais e banda bastante perdidos e levemente estressados. Na minha humilde opinião, a frase de Fabio traduz o sentimento geral da banda em relação a esse triste episódio. "Vamos brincar de ser profissionais?"

Depois do show, fomos comemorar nossa passagem por Recife na avenida beira-mar comendo um churrasquinho e tomando uma cervejinha gelada, melhor coisa possivel para combinar com o clima de alegria e entusiasmo da banda por tudo que nos ocorre continua sempre recarregando nossas baterias. Conhecemos tambem um cão de rua que aparentemente seguirá como um fã da banda, ou pelo menos de nosso vocalista Jan, com quem brincou a noite toda!

Quero deixar registrado aqui nosso agradecimento e simpatia pela banda de Olinda Zé Pilintra, que compareceu sempre animada ao show que narro aqui.

Beijos e até...
Gui!

Dilei na rádio Transamérica de Recife



No dia 02 de setembro a gente bateu um papo com o pessoal da Rádio Transamérica de Recife. Falamos sobre o Dilei, a tour, um pouco do jão, seu pandeiro e seu pequinês e aproveitamos para divulgar o show realizado no mesmo dia no Pub Burburinho. 
Agradecemos a Transamérica pela oportunidade e também a Iana - vocalista do Carfax, que descolou o papo e ainda nos guiou até lá. 
"Vende-se um pandeiro e um pequinês" tocou durante o programa e também rolou promoção de disco do Dilei pra galera!

Fizemos um pequeno vídeo e o partilhamos aqui!

Beijos e abraços
Jan Angelim

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mais fotoooooooooos!

Galera, a gente criou uma conta no Picasa pra quem quiser ver mais algumas fotos dos shows. O link é esse aqui: http://picasaweb.google.com/dileibkp

Beijos e abraços.
Fabio Massa.

marx, lévi-strauss, um copo de cerveja e irmandade.

O show do Pátio de São Pedro no centro de Recife foi bom demais. Estrutura boa em um lugar belíssimo. O fato do show ter sido num domingo não desanimou quem passava por alí. Das três bandas q tocaram, o Dilei foi a primeira abrindo a noite. Na primeira música (essa do vídeo) o público ainda era pouco, mas aos poucos o povo se amontoava em meio aos prédios tombados no centro histórico da terra do frevo. A sensação de tocar ali foi muito massa... dava pra sacar q as bandas de Recife se sentiam honradas por ter a igreja de S. Pedro como principal integrante da plateia... bem de frente para o palco... e foi nesse espírito que a gente tb se apresentou. Logo depois, a banda Carfax mostrou seu rock'n'roll já conhecido por aqui. E então Zé Pelintra fechou a noite com um som pesado misturando o manguebeat ao hardcore. Ambas daqui.

Pra mim o show se tornou ainda mais especial pq na plateia estava minha irmãzinha q mora aqui e q eu não via há tempos. Aliás, o vídeo de "vende-se um pandeiro..." foi ela quem gravou.

Estamos "hospedados" na casa da mãe de Rodrigo Severis e hospitalidade é o q não falta. Fomos recebidos de braços abertos e vai ser difícil deixar Recife depois de tudo isso. Dona Marleide Alves, que além de dar aula em escolas municipais, também é uma artista plástica impecável. Seus quadros espalhados pela casa são de fato encantadores.

Como nosso próximo show por aqui é na terça, aproveitamos a segunda-feira livre pra conhecer a lindíssima Olinda. Claro, Severis q já é macaco velho daqui, foi nosso guia pela cidade e como todo bom turista tiramos várias fotos das belas igrejas e paisagens.
A noite quente nos fez sair de casa pra tomar aquela cervejinha básica. Paramos no "Bar do Bode" e por lá ficamos a discutir mil assuntos... Essa turnê tem vários significados. Durante esse trecho nordeste de quase 18 dias seguidos conhecemos e ainda vamos conhecer um total de 5 estados brasileiros. Começamos no CE, passamos por RN, estamos em PE, seguiremos por AL e BA. Divulgamos nosso som, abrimos a possibilidade do feedback alí, frente ao palco em cada final de show com o público, conhecemos novos lugares e pessoas e conhecemos a nós mesmos. O espírito andarilho, tão explorado na construção do "olhar o mundo com os pés", toma conta de cada um de nós, propiciando diversas impressões. Ao sentar numa mesa de bar, coisa difícil de se fazer na metrópole paulistana meio à correria do dia-a-dia, nos conhecemos mais. Entre um copo de cerveja e outro sentaram conosco alí Marx, Weber, Leví-Strauss, Nietzsche, punks e putas e quando o álcool no sangue já era o suficiente pra falar alto em demasia, o papo se estreitou e os laços de amizade, q já eram forte, selaram uma irmandade sem tamanho.

Me orgulho de dividir esses momentos com esses 4 caras fodas e o fruto dessa harmonia é visível em cima do palco e logo mais será facilmente percebido nas novas composições do EP q está por vir. Falo isso já sóbrio, porém com sono.

Amanhã (terça) tem show no Burburinho Pub de Recife. Postaremos mais em breve.
Beijos e abraços.
Inté.
Fabio Massa.