sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Dilei no Sesc. "Comé" que foi?
















No país do futebol, do samba e da politicagem enlameada em gabinetes e plenários que possibilitam a apropriação ilícita de bens por “excelentíssimos” representantes do povo, que termo deve utilizar uma banda de rock ao iniciar uma tour?
Pontapé inicial.
O show do SESC Pompéia no dia 22 de julho marcou o reinício de nosso périplo a região onde a linha do equador ajuda a definir limites e caracterizar o local.
Numa noite em que a apaixonante cidade do céu cinza imitou as encantadoras capitais nordestinas requentando o ar e acalorando nossa platéia de amigos, fãs e curiosos, os sentimentos que reverberaram entre palco e chão rebatiam no ar e desencadeavam para nós um “tantão” assim da razão de nossa paixão pela música, por tocar para nós e para outras pessoas também.
Excelente oportunidade para brincarmos com as fotos e intervenções de artistas de outras linguagens (Gedley Braga e Nathalia Kataoka) e nossos vídeos que transitavam conosco por entre os meandros de canções como Fim de tarde, Teu jeito, Conta gotas e Vende-se um pandeiro e um pequinês.
Que bom ter uma estrutura de palco e espaço para brincar com uma platéia tão cativante e pulante! Fiquei com vontade de imitar seu Nelson da Rabeca – Grande mestre Rabequeiro que durante um show em Fortaleza gravou (em fita K7 mesmo) o burburinho da platéia só pra não perder nos arquivos da memória um “pedacin” do público que o acolhia tão calorosamente naquele show. A minha direita Rapha sorria e quando não tocava com cello franzindo o rosto, fazia caretas engraçadas buscando efeitos e timbres perfeitos na guitarra. Lá atrás, Fabio sempre preciso nas baquetas derrapava apenas largando a cara de batera maldoso e inescrupuloso ao sorrir risos frouxos. Gui e Severis pareciam peso e contrapeso numa balança... enquanto um dança, toca, canta e remexe, o outro parece caminhar numa estradinha de terra agarrado ao bandolim, a guitarra e o violão onde só cabem ele e os instrumentos.
Cantei, cantei e cantei. Ensaiei passos tamanha era a alegria...
Como sempre o fim do show bateu a porta subiu as escadas e as pequenas impressões e o sentimento que nos tomaram aos poucos validaram o tanto caminhar até ali. Ficou a saudade, a vontade de logo-logo retornar à cidade que acolhe nossos sonhos e rever tantos amigos e partilhar um tanto mais de nós e as canções que escrevemos... Por um instante me senti dentro da canção de Tom Zé, na verdade no dia seguinte ao que ele anuncia...

“Menina amanhã de manhã quando a gente acordar quero te dizer que a felicidade vai desabar sobre os homens vai, desabar sobre os homens vai, desabar sobre os homens vai.”
Jan

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