terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mares de contraste.

Chegada ao aeroporto foi coberta de expectativas, a principal e mais doída delas foi a espera dos equipamentos. A esteira de bagagens parecia cada vez mais lenta, podia até se ouvir o rangir dos parafusos carentes de óleo. Bom, mas entre mortos e feridos sobreviveram todos… talvez um pouco gelados pelo ar condicionado assassino de uma grande companhia aérea companheira de viagens do Dilei.


Fomos ao saguão de espera em busca de uma salvação que vestia vermelho. Lidia, contato do transporte da Feira da Música aparece em alguns minutos e nos conduz até a van. Depois de carregarmos nosso “container de tralhas” seguimos de encontro ao restante da banda já alocados na cidade. Com o time todo reunido fomos ao hotel em busca de uma cama e, principalmente, um ar condicionado potente, mas antes uma dose de cachaça para esquentar os motores de uma aventura musical que ainda dá seus primeiros passos.



Em uma rápida volta pela cidade, com nossos guias nativos e músicos nas horas vagas chegamos ao complexo cultural Dragão do Mar. É apenas um dos olhares acerca da cidade, entretanto, a perspectiva que trago parece no mínimo triste. O grande número de bares com chopp e música ao vivo contrasta com a triste realidade do turismo sexual. Trabalhadores simples do velho continente viajam milhares de quilomêtros atrás de uma diversão tosca: o carinho e os lençóis de pequenas mulheres. Gastam o tão poderoso Euro em noites quentes regadas a muito chopp, tapioca e beijos infantis. Revela-se intrigante o contraste da frieza européia com a “cara de pau” desta busca, que de certo ponto envergonha a beleza natural do Ceará.



Nasce o sol e rumamos ao estúdio de Aquiles, ex-baterista e amigo da banda para acertarmos o novo arranjo, quer dizer, nova orquestração do mestre Rapha composta para a música “A protagonista”. Pela primeira vez ouvi esta canção com a voz aguda que tanto tentamos imitar e o timbre aveludado da clarineta. Aládia e Tarssianny complementaram, com a suavidade feminina, um peso constante protagonisado por cello, baixo e batera.



É dada o hora do show. Primeira apresentação da banda em sua terra de origem em 3 anos. Todos bastante emocionados, mas um sentimento novo e distinto parecia acometer os corações dos novos músicos. A apresentação foi muito boa, com muita energia e luzes estroboscópicas! E de modo impressionante, “A protagonista”, renascida horas antes, deu seus primieros passos de forma espetacular. Os pequenos imprevistos com relação ao horario de apresentação pareceram insiguinificantes frente nossa empolgação. Mas faço questão de apontar que: todos trabalhamos para o mesmo fim e desejamos o mesmo respeito, respeito e condição de possibilidade para que seja possivel a realização da causa de toda essa viagem. Ou seja, mais vale uma apresentação onde a palavra se mantém, do que discussão frente ao público de causa muito tosca em comparação ao tamanho da festa.



Voltamos ao hotel e nos separamos um pouco. Jan foi para casa de sua familia, Severis conhecer o burburinho da festa de encerramento da feira e Rapha, Fabio e eu encerramos a noite com um programa bastante paulista: Vaca preta e lanches do Bob’s.
Noite se vai e o “check out” do hotel é feito. Um baião de dois com carne de sol frente ao mar com rapadura de sobremesa e cerveja gelada era tudo que precisavamos para recarregar as baterias para o outro show. Amontoamos tudo na van e fomos em duas viagens ao centro cultural Bom Jardim.

Um show um tanto inusitado, com direito a participação especial de Fabio em uma banda de baile. Momentos altos da apresentação: Minha Eva, Only you e I’ll Survive. Hehehehe. O Dilei entra cena, a platéia é composta essencialmente por crianças de olhos brilhantes, carentes de um pouco de guitarra na terra da rabeca. O show teve um cunho emocional diferenciado para mim: tocar para aqueles que ainda mal correm sem tropeçar faz com que nossa música brilhe e prove a nós mesmos a capacidade de alcance destas melodias.

Beijos e até… Gui!

3 comentários:

juju accioly disse...

palavras reflexivas e intensas...bem mix de um filósofo-psicólogo!rs...e q a jornada continue....sorte! beijo a todos...juju

Unknown disse...

AUHAUhauhuaha... mto bom juliana...ow melhor, juju..hahaha
eh, tinha q ser do psico esse texto neh
UAHAUHaUhaaauhauha
abraços e bejunda a todos do dilei

Lívia disse...

Dia 23 de Agosto foi o primeiro contato que tivemos(eu e minhas amigas) com a banda e ficamos fascinadas pelo som, pela qualidade das letras, pela atitude e postura dos rapazes. Esperamos que vcs voltem logo em Fortaleza(pq vcs não tocam no Ceará Music?),parabéns, muita sorte!
Ah! Próxima vez tenho que pegar o autógrafo dos outros integrantes, só deu tempo pegar o do Severis(um fofo) Abraços!